Geralmente quando alguém se interessa em aprender violão, começa com acordes. A menos que ingresse num curso de violão clássico. Porém creio que em mais de oitenta por cento dos casos, é o nosso violão popular.
Acordes nada mais são – dito de uma forma simples – do que o agrupamento de notas musicais de maneira harmoniosa.
Se você é leigo no assunto, mas já observou alguém tocando violão um pouco mais de perto, deve ter reparado que o instrumentista apertava várias cordas do violão ao mesmo tempo. A menos que estivesse fazendo um solo. Ele estava então fazendo acordes.
Para o simples acompanhamento de uma música, os acordes são suficientes.
O estudante principiante irá começar aprendendo os acordes chamados “naturais”. Estes são os acordes básicos, que se dividem em acordes maiores e menores.
Agora complicou. Porque “maiores e menores”? É claro que isto nada tem a ver com o “tamanho” dos acordes.
Ocorre que os acordes naturais são formados por três graus da escala de cada tonalidade. O primeiro, o terceiro e o quinto graus. Tá legal, agora pegou mais ainda. Vamos seguir adiante.
Acontece que a música tem escalas, que são compostas por notas musicais. Por exemplo, a escala de C (dó maior), é composta das seguintes notas:
1) C, 2) D, 3) E, 4) F, 5) G, 6) A, 7) B, 8) C
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Portanto, um acorde de C (dó maior) é composto pelas notas 1)C 3) E 5) G
O que um violonista faz então, ao apertar aquelas benditas cordas, naqueles exatos lugares?
Ele aperta as cordas nas casas do braço do violão que correspondem às notas necessárias para formar o acorde desejado.
Já sei. Você está aí pensando: “mas o violão tem seis cordas”. É verdade. Se o sujeito apertou somente três, o que acontece com as outras três? Pois é… complicou mais um pouco. Mas nem tanto.
Em alguns casos, uma ou mais cordas que não foram apertadas fazem parte do acorde, por estarem repetindo as notas do mesmo. Outras, não fazendo parte do acorde, não deverão ser tocadas.
Vamos continuar com o acorde de C (dó maior). Há várias maneiras de se fazer acordes no braço do violão. A mais popular, para o acorde de C é apertando-se as seguintes cordas:
Segunda corda – primeira casa – nota C (primeiro grau)
Quarta corda – segunda casa – nota E (terceiro grau)
Quinta corda – terceira casa – nota C (repetida)
As demais cordas:
Primeira corda solta – nota E (repetida)
Terceira corda solta – nota G (quinto grau)
Sexta corda solta – nota E (repetida)
E esta história toda se repete ao longo do braço do violão, para uma infindável quantidade de acordes, maiores e menores, com variações e assim por diante.
Só para que se tenha uma idéia: quando estava começando a aprender violão – e lá se vão mais de trinta anos – não havia internet (ah, meu Deus, não havia celular também). Pra dizer a verdade, eu nunca tinha visto um computador.
O negócio então eram as revistas, livros de música, etc. Um belo dia, deparei-me com uma revista que alegava ter ali, impressos, mais de setecentos acordes! Uau! Comprei na hora, mas já com um ligeira impressão de que jamais iria saber tocar todos aqueles acordes.
Bem, eu estava certo. Creio não saber mesmo. Optei sempre pelo caminho mais simples (preguiçoso…), que é o de usar os acordes naturais e as variações mais simples. O suficiente para tocar incontáveis músicas.
O interessante, é que aqueles setecentos acordes não são nem de longe todos os acordes possíveis. Entre as variações, menores e maiores, diferentes formações para os mesmos acordes, são milhares e milhares de acordes possíveis.
É claro que não é necessário aprender todos eles. O que ocorre é que um violonista profissional, com pleno domínio do instrumento, conhece profundamente o braço do violão, as sequencias de notas de cada parte do braço e as diversas escalas, fazendo uso destes conhecimentos para executar acordes em qualquer lugar do braço, sem ter que decorar uma quantidade infinita de acordes.
Fonte: Acordes de Violão